terça-feira, 28 de julho de 2020

os pequenos gestos

Realmente, faz anos que não faço uma publicação. Muitas coisas mudaram na minha vida, mas a principal delas é que ganhei um novo cargo: o de Mãe.

Puxa! E isso tem me trazido tantas e tantas lembranças dos meus Pais, dos gestos de amor e cuidado que tiveram comigo em todas as fases da minha vida.

Essa minha atenção ao projeto de Deus chamado família não vem de hoje. Há alguns anos eu falo como minha cabeça tem mudado em relação a isso, o que antes era motivo de vergonha, agora eu cobro que exista. Eu não me importo em "passar vergonha", desde que o mundo saiba o quanto eu amo aquelas pessoas. Disse um pouco sobre isso nesse post aqui.

E agora, falando dos pequenos gestos, motivo principal desta publicação, eu posso ver quanto amor foi me dado em forma de cuidado.

Quando estou dando banho na Marina (ah! sim, esse é o nome da minha filha. rs), eu lembro como era divertido tomar banho com meu Pai, acho que eu me divertia mais do que tomava banho. Eu ficava ansiosa por essa hora do dia, e senti muito quando chegou o momento de não mais tomarmos banhos juntos. Assim, quando eu vejo minha filha de apenas quatro meses rindo para mim durante o banho dela, e se divertindo, eu imagino que sinto exatamente o que meu Pai sentia quando estávamos no chuveiro: gratidão, alegria e amor.

Esses dias também fiquei imaginando o futuro da minha pequena, como será sua vida e sua trajetória. E desejei estar ao lado dela, apoiando e incentivando, porque a Marina sempre será minha menininha. E isso me fez lembrar o cuidado que minha Mãe tem comigo. Em 2014, com 24 anos, eu fiz um curso no SENAI. Eu tinha exatamente 1h30 para sair do trabalho e chegar lá, e esse também era o tempo que levava todo o trajeto, se nada desse errado. Eu passava em casa para buscar o carro antes do curso, pois de transporte público eu levaria o dobro de tempo. Agora entra a doce lembrança: todos os dias minha Mãe me esperava com a chave do carro e um lanchinho cheio de amor: bisnaguinhas com manteiga enroladas num papel toalha e leite com chocolate numa garrafinha, e às vezes ainda tinha uma bolachinha para o intervalo, tudo numa sacola tipo zip. Só de lembrar, me vem o sabor desse carinho.

Olha! As lembranças são inúmeras, eu poderia passar dias e dias escrevendo sobre cada cuidado, mas eu gosto de lembrar, sorrir e pensar: que sorte a minha!

Meus Pais poderiam ter me dado uma casa enorme, viagens para o exterior e muito luxo... E teriam dado se tivessem condições... Mas, se não fossem esses pequenos gestos, que não custaram nem um centavo, talvez eu não me sentisse tão amada! Completa e agraciada! 

Acredito que a vida em família é isso: é separar um tempo nosso para cuidar de quem amamos. E a gente nem percebe a marca que deixa no outro com gestos tão simples de carinho.

Como dizem, ser presente é muito melhor do que dar presente! Eu sou infinitamente grata por ter aprendido isso da melhor forma: por meio do exemplo!