sábado, 26 de março de 2016

Tríduo Pascal: minha primeira vez

Como é possível perceber ano após ano eu tenho deixado de escrever neste blog. Não porque desisti de escrever, mas porque tenho mostrado minha opinião nas redes sociais (sim, um erro).

Mas, nesta última semana, a Semana Santa, tenho tido mais vontade de escrever e de falar, não de amenidades, mas sim de Deus. Não me converti ontem, não mudei de religião, nem nada catastrófico aconteceu comigo, eu apenas senti que o "cara lá de cima" quer que eu me aproxime mais e tenha fé, saiba que os planos para minha vida já estão escritos e eu só preciso acreditar.


Como, quando, onde isso aconteceu?

Bem, isso vem acontecendo desde que resolvi casar com o Fábio (amo você, amor) senti na pele o que as pessoas diziam: Deus ajuda os noivos. Ele se fez presente em tantos momentos, nos ajudou e deu força. Nos mostrou tantos testemunhos... Como não acreditar?

Casamos, fomos em nossa primeira Missa da Família na nova paróquia e, desde então, adiamos domingo a domingo a próxima visita à igreja. Mas, em algum momento nesta vida, eu tinha que tomar vergonha na cara. E dia 20 de março, acordei cedo e fui à missa das 9:30.
Para minha surpresa (a perdida no catolicismo), era Domingo de Ramos e eu não tinha nenhum ramo, nem plantinha, nem nada. Quero acreditar que ninguém se importou com isso (rs). Então, aceitei este fato (porque dói menos) e assisti a missa. 

vamos a Ele com as fores dos trigais,
com os ramos de oliveira, com alegria e muita paz.
santo é seu nome, é o Senhor Deus do Universo.
glória a Deus de Israel, nosso Rei e Salvador.

Em dois momentos senti que o Papai do Céu estava falando comigo. Primeiro, no lugar que escolhi sentar tinha um santinho de oração: "obrigado por ter voltado", era o que estava escrito. Depois, ao final da missa, o Padre Tiago convidou toda comunidade para participar do Tríduo Pascal (o que até então eu nem sabia o que era) e durante o convite ele falou: "os horários não são os melhores, mas, se você arruma tempo para ir em uma festa, por que para Jesus será diferente?". E ouvir isso junto com ler o folheto foi um chacoalhão em mim. Saí da missa determinada a ir à igreja nos próximos dias para celebração da paixão, morte e ressurreição de Cristo.


Tríduo Pascal, WHAT?!

É, eu nunca tinha ouvido falar sobre isso e, olha, que minha Vó Hilda (Mãe do meu Pai) era extremamente dedicada às práticas religiosas. Enfim, explicação rápida...

O Tríduo Pascal é o conjunto de três dias: Quinta-Feira Santa, Sexta-Feira Santa e Vigília Pascal, véspera do Domingo de Páscoa. No primeiro dia celebramos a ceia do Senhor, e acontece o ritual de lava-pés, onde Jesus lavou os pés de seus apóstolos, até mesmo o de Judas Iscariotes (já sabendo que ele seria o delator). No segundo dia, lembramos a caminhada de Jesus até ser crucificado e morrer no Calvário para que possamos ser salvos e perdoados. Por fim, no sábado, último dia, comemoramos a sua ressurreição, e renovamos nossas promessas do batismo.

Jesus erguendo-se da ceia,
jarro e bacia tomou,
lavou os pés dos discípulos,
este exemplo nos deixou.
aos pés de Pedro inclinou-se:
ó Mestre, não por quem és?
não terás parte comigo,
se não lavar os teus pés.

(Naquela época, todos calçavam sandálias, então os pés dos senhores eram sempre lavados pelos escravos assim que chegavam em casa. Por isso, Pedro não achava justo que Jesus lavasse seus pés, já que ele era o Mestre. O que Pedro só entendeu depois é que Jesus fazia isso para mostrar quem estava com ele, como sinal de piedade.)

Bom, a Semana Santa só termina amanhã com o Domingo de Páscoa. Mas minha alegria de estar vivendo isso e a ansiedade de contar ao mundo é tão grande, que eu não consegui esperar o final deste período. Então, durante a semana eu devo escrever mais sobre esta experiência.