segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Passamos a entender melhor a vida

Acho incrivelmente fantástico como nossa concepção sobre atitudes muda ao longo dos anos. Como nós, seres humanos, somos uma metamorfose ambulante.

Desde sempre tive a facilidade de poder me locomover de carro e contar com a gentileza dos meus pais para isso. Eles nunca se importaram em acordar cedo ou dormir tarde ou, até mesmo, sair no meio do dia para me levar a algum lugar. Sinto às vezes que até mesmo abusei demais desta atenção.

Mas o que quero mostrar neste texto é como tudo muda a medida que ganhamos idade.

Mesmo com meus pais, e algumas vezes meus avós, me levando e buscando de mil lugares sinto que não agradecia da forma correta. Em muitos momentos, eu morria de vergonha!

"Todo mundo vai de ônibus/metrô/a pé, só eu vou de carro", dizia. Nem imaginava que meus amigos gostariam de ter esta mesma oportunidade. Mandar tchau e beijo antes de não ver mais meus pais era quase a morte. Quando eles mandavam uma buzinadinha, eu gostaria de ser um avestruz e me esconder no buraco.

Enfim, há uns anos, quando deixei a era aborrecência e tirei a carteira de habilitação, passei a sentir falta dessas caronas constantes e desse tchauzinho "constrangedor". Hoje, mandar um aceno para meus pais é como se eu dissesse "vai com Deus, amo você, volto logo".

Nos dias que correm, eu gosto que eles esperem eu virar as costas e amo quando me mandam um balançar de mão com aquele sorriso estampado no rosto. E sinto muita falta quando não o fazem. Depois, até dou bronca quando chego em casa.

Afinal, estão com vergonha de mim?!